Você gosta de obra de ficção científica? Se sim, leia o relatório anual de 2020 das Americanas SA. Uma obra de ficção de criar inveja aos melhores roteiristas desse século.
Escrita por Miguel Gutierrez e outros, revisada pelo trio Lemann, Telles e Sicupira, e impressa pela KPMG e PwC, a obra descreve momentos de horror de um grupo de empresas brasileiras.
Esse grupo conta com: governança, auditoria, comitê financeiro, conselho de administração, comitê de nomeação, comitê de gente e sustentabilidade, compliance, combate a corrupção, código de ética, manual de boas práticas, canal de denúncias e tudo mais que uma empresa brasileira tem. Só faltam duas coisas: Ética e Moral. O resto eles têm tudo.
Além disso, a Americanas é associada ao Instituto Ethos e segue a recomendação de agenda do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Também estava caminhando para certificação de Empresa B. Quantas virtudes não é?
Você também pode ver os inúmeros prêmios que o grupo ganhou que estão no relatório. Uma obra com 121 páginas de pura fantasia organizacional intitulada: O Universo Americanas.
O momento de horror maior, não está na obra propriamente dita. Está em uma análise, feita por pessoas da própria Americanas que avaliaram a “escrita” do autor Miguel Gutierrez e demais.
Tudo isso para dizer que: Sem cultura ética e moral, verdadeiramente, instalada por quem conhece ética e moral, nada do que foi feito de governança, auditoria, comitê financeiro, conselho de administração, comitê de nomeação, comitê de gente e sustentabilidade, compliance, combate a corrupção, código de ética, manual de boas práticas, canal de denúncias e tudo mais, garante que não haverá as mazelas de sempre.
Cultura Ética e Moral, não vem com um treinamento, palestra ou curso. Também não vem sem engajar todos os stakeholders. Cultura Ética e Moral acontece quando os stakeholders desenvolvem consciência e optam, deliberadamente, por esse caminho. Tempo, paciência, investimento e pessoas certas é o início.
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