Sabe aquela máxima de: “Não basta não ser racista. Tem que ser antirracista”.
É a mesma coisa com a ética. Não basta ser Ético, tem que ser contra e lutar para acabar com as pessoas antiéticas. Creia: é a salvação da espécie humana.
Você tem orgulho do que vai deixar para os seus filhos? Seus filhos terão orgulho do que você fez na vida?
Quando pensamos em nossos descendentes, temos muita cautela em estabelecer o que eles pensam ou deixam de pensar sobre nós, principalmente nos dias atuais. Mesmo assim, sempre queremos ser uma fonte de inspiração para eles. Parece-me que ser um “vencedor” perante os olhos deles é mais importante do que ser uma pessoa normal, sem muitos adjetivos que nos mostrem como sendo “especiais”.
Não sei bem por que, mas nos preocupamos muito com isso. É nessa busca que perdemos, na maioria das vezes, um contato mais afetivo, generoso e amigável com nossos filhos. Estamos preocupados muito mais em deixar “heranças” do que deixar “legados”. Levamos quase uma vida toda em busca do “ter”, procrastinando o “ser”.
Ser amigo, ser amiga, ser pai, ser mãe, ser admirado pelas nossas ideias, pelos nossos exemplos éticos e morais e por nossa vontade de construir um mundo melhor, mais justo e equânime.
Quando acordamos, o tempo passou de tal forma que, naquele momento, não dá mais para recuperar quase nada. O tempo é o nosso algoz. Tudo isso acontece porque fomos treinados para sermos predadores. Esse paradigma parece que vem instalado de fábrica.
Aprendemos que, se não formos predadores, seremos presas. Uma dualidade sem sentido que é imposta por uma sociedade egóica e antiética, que ainda está se desenvolvendo e buscando seus limites. Quando trazemos esse paradigma para as organizações, podemos observar que ele se repete na mesma forma e conteúdo. Criamos organizações para sobreviverem apenas durante nossa existência.
Quando morrermos, elas serão uma herança para nossos descendentes e/ou sócios. Em alguns casos, uma herança maldita. Poucas sobrevivem e se transformam em legados. Não criamos organizações com base em paradigmas virtuosos. Parece que os negócios não combinam com ética.
Eu tenho a convicção, e trabalho todos os dias para isso, de que podemos compatibilizar virtuosidade com resultados. Tenho certeza de que podemos mudar o modelo mental predador de fazer negócios para um mais colaborativo, coletivo, generoso, ético e, ainda assim, gerar riquezas para todos. O modelo mental que cria organizações, na sua maioria, é de sobrevivência. Não pensamos nessas organizações com longevidade. Pensamos em sobreviver e viver delas, sustentar nossas famílias, gerar alguns empregos e nada mais.
Você sabia que existem no mundo mais de 10 empresas familiares com mais de 1.000 anos de existência?
Tudo pode ser diferente se mudarmos nosso modelo mental e os paradigmas instalados. Podemos criar organizações ricas, éticas, inspiradoras e perenes. Para fazer isso e confiar que vai dar certo, precisamos conhecer mais as condutas humanas e saber que nós, seres humanos, temos potencial para pensar, sentir e agir de forma diferente do que veio instalado de fábrica.
Precisamos melhorar nosso repertório geral para poder escolher caminhos de forma autônoma e não alienada. A educação ética e moral desde o ensino infantil, fundamental, médio e universitário é o caminho para mudarmos nossa forma de pensar e de querer levar vantagem em tudo. O “jeitinho brasileiro” só estará com os dias contados se você:
· Exigir educação ética e moral para seus filhos;
· Melhorar seu repertório ético e moral de forma estruturada e profunda;
· Chamar a atenção e se possível denunciar toda vez que ver alguém sendo imoral e/ou antiético;
· Assumir uma postura ética perante a vida;
· Ser um eticista contumaz e radicalmente contra pessoas antiéticas. Enquanto isso não ocorre, vamos ver, infelizmente, muitas creches e escolas serem alvo de pessoas imorais e antiéticas.
E você, o que acha disso? Há outros caminhos para preservação da espécie?
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