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Foto do escritorXiko Acis

Deus, você está aí?


Se você é crente, essa pergunta deveria ser feita para mais de 13.000 deuses de diversas religiões e seitas que existem no mundo atualmente. Isso chama-se de respeito e tolerância religiosa. Todos os deuses devem ser respeitados. Não apenas o seu.


As religiões, grosso modo, estão assim divididas: Cristianismo: 31,0%, Islamismo: 25,0%, Ateus: 16,0%, Hinduísmo: 15,0%, Budismo: 6,6%, Religiões Populares: 5,6%, Outras Religiões: 0,6% e Judaísmo: 0,2%. (percentual em relação a população mundial).


As religiões monoteístas representam 56,2% da população mundial. As religiões politeístas representam 21,6% da população mundial. Os Ateus representam 16,0%. Junto com as Religiões Populares (5,6%) e Outras Religiões (0,6%), são os grupos que mais cresceram nos últimos anos.


Em geral, todas as religiões principalmente as monoteístas têm suas regras (código moral) que devem ser seguidas por seus adeptos. Bíblia, Alcorão, Torá são os códigos de conduta de 56,2% da população mundial. Uma minoria ínfima segue, plenamente, esses códigos. Os chamados de religiosos, porém “não praticantes”, são a maioria principalmente entre os cristãos. São crentes da boca para fora. Não seguem seu código de conduta e pregam um falso moralismo sem tamanho. Acreditam no céu, mero suborno, ou temem o inferno, ameaça constante.


Além disso, essas religiões contam com intermediários: Sacerdotes, Papas, Bispos, Pastores, Padres, Rabinos, Profetas etc., que, invariavelmente, interpretam os códigos morais de forma particular, exigindo dos crentes posturas não razoáveis com a vida cotidiana, que levam os mesmos a sensação de culpa. Assim, estes intermediários acabam “vendendo” perdões dessas culpas e os seus crentes pagam dízimos para mitigar os efeitos nefastos de serem culpados diante das divindades. São os mercadores da fé que pegam dinheiro das pessoas vulneráveis prometendo o perdão e paraíso. A maioria desses intermediários ficam ricos as custas das pessoas mais humildes e incautas. São pessoas que, por não saberem a profundidade da ética, optam pelas religiões já que não querem assumir compromissos reais com o bem comum.


As religiões ensinaram a tratar o sagrado como se ele fosse um garçom. Os crentes vivem pedindo coisas para seu deus da mesma forma que pedem qualquer coisa para um garçom. Parece que a vida é um restaurante e não é do tipo self service, ou seja, se quiser algo, tem que levantar-se e pegar. Querem tudo na mão e de forma rápida.


Eliminar o estado (governo) laico, é o objetivo das religiões e seus crentes para ampliar sua atuação, agindo na política como fizeram no medievo. Impor a vontade de seu deus, mesmo que seja a crença da maioria, é um desrespeito sem tamanho. Aliás, o desrespeito é um paradoxo constante das religiões.


Durante toda história, os períodos mais violentos e cruéis foram os que as religiões estavam envolvidas nos governos. O estado não era laico. A ira religiosa, além de constar nos códigos morais das religiões (bíblia, alcorão etc.), está presente no dia a dia da prática religiosa deturpada. Os religiosos são mais preconceituosos do que os ateus. Um paradoxo sem tamanho. Onde deveria ser disseminado o amor, o perdão e a compaixão, é onde o preconceito e a intolerância imperam.


Cada vez mais cresce na sociedade a busca da espiritualidade em detrimento a religiosidade.

A religião é a expressão formal, institucional e externa, enquanto a espiritualidade é uma jornada para encontrar significado e uma conexão individual. Está relacionada ao desejo de: transcendência, introspecção e interconexão.


A espiritualidade é uma maneira de se conectar com a sacralidade, é aceitar a possibilidade de poderes superiores sem se envolver em atividades religiosas organizadas.


É uma jornada única para cada pessoa. As pessoas espirituais valorizam a mente-corpo-espírito, enquanto a religião está mais relacionada a aspectos organizacionais e comunitários e predatórios. A religião é focada em aspectos externos, como casas de culto, livros e comunidade, enquanto a espiritualidade é toda sobre o trabalho interior. A espiritualidade não necessita de intermediários. É a sua relação direta com o divino.

Encontrar o divino dentro de você, em vez de através de forças externas, é mais central para a espiritualidade. Nessa jornada, você pretende perder seu ego e se tornar a melhor versão de si mesmo. A autodescoberta é o motivo fundamental. Você tenta se conectar com o eu superior e encontrar o divino interior usando as ferramentas fornecidas pela espiritualidade. É uma questão de escolha de cada um.


Abandonei as crenças religiosas há muito tempo. Entendo que assumir uma postura ética perante a vida deveria ser a gênese de todas as religiões e da própria espiritualidade. Minha conexão não é mais com o divino e sim com a ética. Quando vejo pessoas, ditas religiosas e espirituais, nada fazerem de relevante, frequente e consistente para amenizar a fome dos outros por exemplo, minha convicção de ter abandonado o metafísico para agir no físico do dia a dia, é ainda maior.


Como a ética busca o bem comum com viés universal, entender isso de forma profunda, já é o bastante e é uma jornada profunda e edificadora. Para mim, se existisse um deus, ele seria a personificação da ética em todos os sentidos, abrangência e profundidade. Não é necessário ser onipresente, onipotente e onisciente. Apenas assumir uma postura ética perante tudo e todos na vida, já é o suficiente.


Os princípios éticos universais mais conhecidos são: o amor, o respeito, a compaixão, a generosidade, a alteridade, o altruísmo e muitas outras virtudes que valem para toda humanidade. Com a ética inserida em nossa cultura, não seria necessário disputar qual deus é melhor, muito menos aceitar as sandices e ganância dos intermediários.


Assumir uma postura ética perante a vida é a sua conexão com o bem comum universal. Lembrando que: quando você não está fazendo o mal, necessariamente, você não está fazendo o bem. O bem é sempre intencional e necessita de ações concretas, relevantes e constantes. É de ética que o mundo precisa.

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