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Foto do escritorXiko Acis

Banalização: um mal ordinário


Segundo os dicionários, o significado de Banalização é: ação ou efeito tornar banal, comum, trivial, vulgar etc., assuntos que são tidos como importantes, relevantes, urgentes e fundamentais.

Vejam alguns fatos que, por serem banais, você pode achar normal ou, se for um pouco mais sensível, achar algo ultrajante.


ÓBITOS POR COVID19:

No Brasil, a média diária de mortes é de 201 pessoas. Isso significa que, em um ano, vão morrer um total de 73.365 pessoas importantes para todos do seu entorno. No mundo, a média diária é de 2.159 óbitos. Da mesma forma, em um ano, vão morrer 788.035 pessoas. Veja que o total de óbitos em um ano no Brasil, representa 9,31% dos óbitos mundiais. Ah, mas isso é banal.


No começo da pandemia foi um alvoroço só. Hoje, se tornou banal. Todas as estatísticas ainda mostram, na minha opinião, um horror sem tamanho. Um descaso que precisa de ações efetivas de todos os agentes: População, Governo, ONG´s, Mídia, Justiça e assim por diante. Chegamos ao cúmulo de jogar vacinas foras. É isso mesmo. Procure no noticiário e veja que estamos jogando vacinas fora em função da data de validade. Os negacionistas não querem tomar vacina e/ou os que tomaram a primeira dose, acham que adquiriram imunidade de highlander. O continente africano, vacinou apenas 35% da população, não vacinando mais por falta de vacinas. O Brasil jogando vacinas fora. Um fato que é relevante, urgente e fundamental, mas se tornou banal.


HOMICÍDIOS:

Você sabia que o Brasil é o país com o maior número absoluto de homicídios no mundo? Pois é, ocupamos ainda a posição de oitavo país mais violento do planeta. Só no ano passado, foram 47.503 mortes. O que equivale a 130 por dia. Dessas mortes, menos de 40% são solucionadas. Ah, outra banalidade que já estamos acostumados. A média de mortes de 1979 a 2019, ou seja, 41 anos, é de 39.720 mortes por ano. Só não é um absurdo porque se tornou tão banal que já não nos importamos mais em saber por que tanta gente morre.


FURTOS/ROUBOS DE CELULARES:

Outro assunto que banalizou de vez. Só no estado de São Paulo, de Janeiro/Maio de 2022, foram furtados e/ou roubados 172.649 celulares. Isso dá uma média de 1.143 celulares por dia. Projetando isso no ano, o total de celulares que serão roubados e/ou furtados é de 417.330. Cerca de 48 celulares por hora ou 4 celulares a cada 5 minutos. Ah, mas isso é banal.


MORADORES DE RUA:

Por falta de dados, não sabemos exatamente quantas pessoas estão morando na rua em 2022. Olhando nosso histórico, em 2012 havia 92.515 pessoas em situação de rua no Brasil. Em 2020 esse número subiu para 221.869. Um aumento de 139% n esse período. Sabem que na Pandemia esse número aumentou ainda mais. As pessoas perderam renda, o aluguel alto etc., fizeram com as pessoas tivessem que optar entre comer ou morar em um endereço fixo. Basta você olhar embaixo de viadutos, e contornos de pontes das marginais, em praças públicas etc., que você verá um monte de barracas onde estas pessoas estão vivendo. É chocante, né? Pois é, foi no começo. Agora já está banal como tantas outras mazelas contemporâneas: Guerra na Ucrânia, Refugiados, Fome da África e assim vai.


Como tornar o Mal Banal em um Bem Extraordinário?

Entendendo o título deste post em que: “Mal ordinário” (mal comum, normal) e “Bem extraordinário” (bem fora do comum, excepcional), na minha opinião, há muito que fazer entre o Bem/Mal para mudar a sensação de que o banal vai ser sempre assim. Que temos que nos acostumar com isso. Que nada vai mudar. Que a alteridade deu lugar a banalidade e assim deve ficar. Eu não concordo com isso! Se todos acreditarem que nada vai mudar, aonde a mundo vai chegar. Na distopia? Se não fizermos nada, até a distopia será banal.


Penso que a indignação é o contraponto para a banalização. É o bem extraordinário. Se indignar para valer e lutar para que as coisas não sejam banais, é o caminho. Para isso, creio que, trazer esses temas para discussão em todos os níveis da sociedade, procurando ideias para modificar o que está posto é por onde devemos iniciar. Começar em nosso círculo mais íntimo (família e amigos), levar o assunto para as escolas, empresas, mídia etc. Escrever um blog, contribuir com associações, cobrar os políticos (mandar um e-mail por mês para cada político) e tudo o que estiver ao seu alcance.

Juntar dois ou três amigos e amigas e fazer algo. Não existe algo pequeno. Qualquer ação pelo Bem Extraordinário é importante e acima de tudo ética. Lembre-se nenhum incêndio começa grande. Todos começam com uma faísca. Não podemos ficar assistindo isso de forma natural e banal. Temos que agir urgente. Assume o papel de Líder, e seja a faísca e lute contra a banalidade.


Fontes: COVID19: https://covid19.who.int/ | CELULARES: Kakau – plataforma digital que utiliza a tecnologia de inteligência artificial para entregar resultados mais precisos no segmento de seguros – da Secretaria de Segurança Pública -SP. | HOMICÍDIOS: Instituto sou da Paz; UNODC: escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. IPEA: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/

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